É JUSTO FAZER
PROMESSAS A DEUS E AOS SANTOS?
Pede, Povo Católicoooo!
Já prometeu que ia rezar um terço se
Nossa Senhora lhe desse cola na prova? Já queimou muitas calorias dando
pulinhos pra São Longuinho achar objetos perdidos? Já colocou uma vela do
tamanho do Michael Jordan aos pés de um santo? Pois é… hoje vamos
entender o que deveria ser uma promessa, o que está por trás
desta tradição e como a coisa está degringolando pra ser um balcão de
negócios com Deus!
Que atire a primeira pedra quem
nunca fez uma promessa. Os pedidos vão desde os mais urgentes, como a cura para
uma doença, até os mais caras de pau, como ganhar um carro. Mas o fato é que
todos são justos, na medida em que Deus é nosso Pai e, como bons filhos,
podemos mesmo pedir tudo a Ele. Mas… nem sempre nossos pais nos
dão aquilo que pedimos. E raramente estamos dispostos a receber
aquilo de que realmente precisamos. Afinal, é muito mais fácil pedir
mesada do que trabalhar, não é?Mas seja qual for o seu pedido, o recado é: faça
por merecer. Não adianta querer pedir pra um santo resolver a
sua prova de matemática se você deixou de estudar pra ir no show do Justin
Bieber (na verdade, só por isso você deveria tirar zero pelo resto do
ano). Também não adianta pedir pra Santa Edwiges pagar suas contas, se
você gastou os tubos em birita ontem na balada, ou etourou o limite do seu
cartão de crédito comprado calcinha da Victoria Secret.
Mesmo diante dos nossos pedidos malucos,
Deus sempre nos atende. Mas nem sempre do jeito que pensamos. Por exemplo,
é mais fácil Ele deixar você tirar um zero na prova do que lhe dar cola.
Afinal, um bom pai iria preferir ensinar ao seu filho o valor do estudo.
Desta forma, Ele vai lhe ajudar muito mais.
O problema é que quando fazemos
nossas promessas, em geral estabelecemos um troca, do tipo: eu rezo uma Ave-Maria e o Senhor me dá…
vejamos… um carro! Que tal? E nem pensar em me dar qualquer outra
coisa! Afinal, tô pagaaaaaaano…
Só que não é assim que a banda
toca. Ninguém manda em Deus. Muito menos na base do troca-troca.
Mas então, não devíamos fazer
promessas? Evite. Mas se fizer, não
entenda isso como um escambo divino. Na verdade, você deve
fazer sacrifícios. Em outras palavras, você deve estudar para a
prova e oferecer a Deus aquele esforço de estudar, renunciando ao seu futebol
com os amigos, pedindo a Ele que lhe dê forças para continuar, e que depois lhe
ajude a lembrar-se de tudo o que está estudando. Pode ter certeza: Deus
vai premiar o seu esforço. Isso se chama voto. É o mesmo raciocínio que
já explicamos no post sobre o significado das velas na fé católica (veja aqui).
Agora talvez você se pergunte: mas, se
“contratar serviços” de Deus em troca de presentinhos e orações não é legal,
porque algumas igrejas (como a própria Basílica de Aparecida) têm salas só pra
guardar aquelas velas enormes e mais um monte de coisas que as pessoas levam
até lá (tipo… cabeças gigantes de cera)? É simples: porque estas coisas
não são pagamentos pelos serviços de Deus – ou ao menos não deveriam ser
–, mas são sinais concretos da gratidão das pessoas pelas
graças alcançadas!
Esses objetos recebem o nome de ex-votos:
significa que eram votos, mas já se realizaram. Ou seja, as pessoas ofereceram
seus sacrifícios pedindo algo a Deus (voto) e após alcançarem, demonstram sua
gratidão ao Pai. Assim, testemunham a todos que os seus votos se tornaram
realidade (daí ganharem o prefixo EX, como ex-namorada, ex-chefe etc.).
Em suma, é justo, após receber uma graça,
oferecer algum objeto, oração ou sacrifício como testemunho de gratidão a Deus,
mas não é legal ficar tentando estebelecer com o Altíssimo trocas do tipo “se o
Senhor fizer isso pra mim, eu faço tal coisa pra te agradar”. Devemos
buscar agradar a Deus sempre, Ele fazendo a nossa vontade ou não.
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