16 de janeiro de 2012
Por Robson Oliveira
Lutar
contra o reality show da Globo é profilático: quem não combate o BBB
agora, inexoravelmente terá de combater um ex-BBB no Congresso ou na
Universidade
Na semana passada começou mais uma
temporada do programa que envergonha a televisão brasileira. Conversando
com amigos, percebe-se que alguns cristãos católicos torcem o nariz e fazem cara de poucos amigos quando o assunto é televisão. Mais ainda se o tema é o Big Brother Brasil (BBB),
certamente um dos piores programas televisivos das últimas décadas (que
não tem, nem terá minha audiência). Argumentam meus irmãos de
infantaria que o importante é combater a prática do aborto, crime hediondo e pecado abominável; afirmam que a urgente batalha se trava nas universidades ou no Congresso Nacional. Não posso discordar,
pois as universidades e o Congresso são os lugares ordinários onde se
formam os conteúdos que chegam à maioria do povo brasileiro. Esses
lugares, no entanto, são razoavelmente democráticos. Isto é, ainda que com muita dificuldade, é possível divulgar um pensamento de matiz diferente do status quo no Congresso Nacional (vejam o caso do deputado Jair Bolsonaro,
por exemplo). A universidade ainda permite o discurso contraditório,
mesmo que empresas bilionárias mobilizem políticos e pesquisadores
inescrupulosos para fazer vencer um discurso ideológico (vejam o caso da Mayanna Zatz e as células-tronco adultas). Dizem
que a universidade com os professores e o Congresso com suas leis
orientam o agir da maioria da população brasileira. Por isso, antes de
brigar contra o BBB, importa lutar nessas frentes, argumentam. Há,
porém, um engano aqui. Na verdade, combater o BBB é tão importante quanto denunciar o marxismo cultural nas universidades ou o lobby abortista no Congresso.
E a razão é que esses três temas tratam do mesmo assunto: a paulatina
humanização ou desumanização da cultura; a crescente cristianização ou a
descristianização da sociedade. O que meus colegas de batalha esquecem é
que há outros modos muito menos leais de formar a opinião do povo. Falo justamente da televisão brasileira em geral, e do BBB em particular.
Que Playboy, que nada, agora eles querem é voto!
Já faz algum tempo que os candidatos à celebridade nacional fast-food
têm pretensões maiores: eles não desejam apenas uma capa de revista
pornográfica; eles não querem somente apresentar outro programa
sexualóide na tv fechada; nem com o prêmio do programa eles se importam.
Ingenuamente, alguns ainda acreditam que o programa do Boninho apenas pretende
alavancar os editoriais das revistas masculinas e femininas do Brasil
no início do ano, com “carne nova” e mais barata. Pode ser que tenha
sido verdade. Hoje, está claro, o potencial é ainda pior. Percebe-se que os ex-BBB’s têm orientado suas “carreiras” para o ingresso na vida pública do Brasil. Eis o perigo! Os participantes deste reality show
têm uma arma em suas mãos e estão começando a usá-la: a popularidade.
No tipo de governo que o Brasil adotou, não há arma mais letal que popularidade aliada a uma mídia favorável. E os participantes deste programa usufruem desses dois ingredientes durante muitos meses do ano.
Reprodução - Jean Wyllys e Chico Alencar
Está claro que o BBB é tão nocivo para o conjunto da sociedade brasileira como
a disputa na universidade. Lutar contra o reality show da Globo é
profilático: quem não combate o BBB agora, inexoravelmente terá de
combater um ex-BBB no Congresso ou na Universidade. A diferença é que no
Congresso, o fruto dessa mídia barata estará mais forte. Basta lembrar que desde o último pleito, o BBB tornou-se ponte para a política nacional. O deputado Jean Wyllys,
que alcançou capilaridade nacional por causa do referido programa,
conseguiu uma vaga na política nacional com pífios 14 mil votos (que não
são suficientes nem para se eleger vereador em São Paulo). Mas como
então tornou-se deputado? Por causa dos votos alcançados pelo bonitinho
do catolicismo água com açúcar, Chico Alencar. Os votos
de não poucos cristãos, que têm decorado o discurso da “liberdade de
consciência”, o discurso do “ele não vai se sujar”, tornaram possível a
eleição do deputado pró-gayzismo. Foi o voto dos católicos do “deixa
disso” que colocaram esse senhor no Congresso, e agora ele levanta a voz para atacar uma autoridade internacional, um Chefe de Estado.
É preciso lembrar a todos que nosso sistema eleitoral favorece os
partidos e não as pessoas, como amplamente discutido ano passado. E pode
vir muito mais por aí. Mr. Google adverte-nos:
- A ex-BBB Priscila Pires, que tem um programa sexualóide em uma tv fechada, já pensa em concorrer a cargo público pelo MS.
- A outra apresentadora do programa é também ex-BBB e chama-se Fani. Provavelmente candidatar-se-á ao cargo de vereadora, em Nova Iguaçu – RJ.
- Outra ex-BBB, a Maroca (sic!), também pretende aventurar-se na política pela BA.
Então, antes de ligar a televisão para assistir esse programa de péssima qualidade, lembre-se que você certamente está colaborando diretamente para que pessoas do calibre do senhor Jean Wyllys
se tornem congressistas, colocando em risco a família brasileira e
ameaçando os cristãos em particular. Para terminar, leia o que o senhor
Jean Wyllys afirma do Papa Bento XVI e dos cristãos:
1. O Papa não é suspeito de simpatia ao
nazismo. Pelo contrário, ele deu provas de ser contrário a ele, quando
fugiu do serviço militar obrigatório, assim que surgiu a oportunidade.
2. Fascismo e Guerras Religiosas não são
provocados por Bento XVI, que é um monarca em seu território, e cuja
paz está selada com mais países que a China e a Coreia do Norte, por
exemplo, países amados pelo senhor Wyllys. Ah, pedofilia e abusos
sexuais são um mal. E infelizmente alguns católicos recaem nesse pecado.
Mas o senhor Wyllys não lembrou que quem defende e luta para legalizar
esse crime e torná-lo natural são os gays (veja aqui).
3. É sabido por quem estuda o Vaticano
que Bento XVI, quando ainda cardeal, foi uma das vozes mais fortes
contra a pedofilia e favorável a penas mais duras.
4. Bom, aí tem que provar. Que mulher a
Igreja matou? Nome e CPF. Quem tem Nossa Senhora com Rainha não pode ser
contrário aos direitos da mulher. Pelo contrário, as mulheres devem
muito, muito!!!!, de sua dignidade e liberdade aos cristãos. E nem
precisa ser gênio para perceber quanto as mulheres cristãos estão em
vantagem em relação às muçulmanas e de religiões asiáticas. E sobre o
holocausto? Bem, aí fica feio para ele. Basta perguntar a qualquer
sobrevivente de campos de concentração o que fez Pio XII pelos judeus e
se saberá o quanto a Igreja ajudou a salvar pessoas da morte certa.
5. Escravidão de negros? A primeira
instituição a levantar a voz oficialmente contra a escravidão foi a
Igreja. Aliás, a Igreja tem um Papa que foi escravo.
Não é prova suficiente da ojeriza que a Igreja possui da escravidão?
Extermínio de índios? Tem que provar: quantos índios a Igreja matou?
Quem foi o bispo que desceu a guilhotina? O nome dos padres que mataram
os índios simplesmente por serem índios? Venda de indulgências? Houve
abusos de indivíduos e não venda de indulgências por parte da Igreja.
Tráfico de riquezas? Quais? Pau-Brasil? Fala sério!
6. Ah, tem. Tem muita moral! Ninguém nos
últimos anos lutou mais contra a pedofilia que o Papa Bento! Ele tem
muita moral para acusar os gays de hipócritas. Especialmente quando os
homossexuais agem com intolerância e mentira, logo eles, que lutam em
favor da pedofilia e da efebofilia no mundo todo e também no Brasil.
7. Ofender não adianta! Mas fica pior se
a ofensa é dirigida a um Chefe de Estado, legitimamente constituído.
Bem que a Diplomacia Vaticana podia dar um aulinha de educação, moral
(muita!!!!!) e cívica para o deputado.
8. Concordamos! Então, se você pode chamar católico de hipócrita, eu posso também chamar gay de hipócrita, né?
9. Campanhas difamatórias sujas??? Bem,
quem até agora difamou uma autoridade civil publicamente? Quem lançou
sujeira sobre um homem do tamanho de Bento XVI?
10. Quem dera, senhor, quem dera. O
Brasil seria outro se essa militância, que você diz estar contra o
senhor e a favor do PT, estivesse na base do governo do PT.
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