1 de jun. de 2012

Cristãos perseguidos

Morte de egípcios que protestavam contra atentado a uma igreja expõe o ódio aos seguidores de Jesus Cristo, algo que vai além do Oriente Médio

Rodrigo Cardoso
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NAS RUAS
Protesto contra o massacre de cristãos, no Egito: perseguição também ocorre na Ásia


Imagine um país onde a filiação religiosa deva constar no documento de identidade de todos os cidadãos, onde sua crença implique restrições para ocupar postos de trabalho, ter acesso à educação e se casar. No Egito, predominantemente islâmico, isso acontece e as principais vítimas da intolerância religiosa são os cristãos, que representam 10% da população. Na semana passada, o mundo testemunhou um derramamento de sangue no país. Vinte e cinco pessoas – a maioria fiéis coptas, como são chamados os cristãos que não seguem o Alcorão – morreram no domingo 9, no Cairo, em confronto com outros civis e o Exército. Tanques passavam por cima dos manifestantes sem dó. Carregando cruzes e imagens de Jesus, milhares de pessoas estavam nas ruas em um protesto inédito contra a opressão histórica patrocinada pelos muçulmanos. Os representantes do cristianismo se revoltaram depois de mais um incêndio sofrido por uma igreja copta. “A primavera no mundo árabe parece que acordou muita gente, inclusive os coptas”, diz o sacerdote católico Celso Pedro da Silva, professor emérito da Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, de São Paulo.