11 de jan. de 2012

A liberdade do homem


 Na intimidade da consciência o homem descobre uma lei

O valor do homem está naquilo que ele é, não naquilo que faz ou tem. Na essência do seu ser ele herdou do seu Senhor a inteligência, a liberdade, a vontade, a sensibilidade, a consciência. “Na intimidade da consciência o homem descobre uma lei. Ele não a dá a si mesmo. Mas a ela deve obedecer” (Gaudium et Spes 16).

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz: “Uma consciência bem formada é reta e verídica. Formula seus julgamentos seguindo a razão, de acordo com o bem verdadeiro querido pela sabedoria do Criador. A educação da consciência é indispensável aos seres humanos submetidos a influências negativas e tentados pelo pecado a preferirem o próprio juízo e a recusar os ensinamentos autorizados… A educação da consciência é uma tarefa de toda a vida… garante a liberdade e gera a paz do coração” (CIC 1783).

Não há dúvida de que a liberdade é um dos mais belos dons que Deus concedeu a nós, seres humanos. Quando nos criou, o Senhor nos amou tanto que nos deixou livres para acolhê-Lo ou recusá-Lo. A liberdade caminha de mãos dadas com a responsabilidade, e sem esta, o que era liberdade passa a ser escravidão. “O progresso na virtude, o conhecimento do bem e a ascese aumentam o domínio da vontade sobre seus atos” (CIC 1734). “O exercício da liberdade não implica o direito de dizer e fazer tudo. É falso pretender que o homem, sujeito da liberdade, baste a si mesmo, tendo por fim a satisfação de seu próprio interesse no gozo dos bens terrenos” (CIC 1740).

O homem recebeu de Deus o poder de decisão (cf. Eclesiástico 15,14), mas também recebeu a graça para que possa decidir-se pelo bem; para que posso buscar a sua essência, que é o amor. A liberdade não é dos escravos, mas dos filhos. “Se, portanto, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres” (João 8,35). Sedento de liberdade, precisa o homem moderno compreender que a verdadeira liberdade encontra-se somente em Cristo. Tanto mais livre é o homem, quanto mais capaz de escolher e fazer o bem este é.

“O homem procura sempre um significado para a sua vida. Está sempre se movendo em busca de um sentido de seu viver” (Victor Frankl). O sentido não pode ser dado. Os pais não podem prescrever ao filho o que é sentido; nem o chefe ao seu empregado, tampouco o médico ao paciente. O sentido, pois, como resposta à pergunta “para quê”, ultrapassa os limites estreitos em direção a uma conexão (próxima) maior, a partir da qual este sentido possa ser entendido. Para a compreensão do sentido é importante somente a compreensão de nós mesmos (Quem sou eu?).

O sentido para todos os tempos — este é impossível de aprendermos. O sentido para a nossa vida — este nós não possuímos. O que se entende por sentido é sempre uma possibilidade a ser apreendida e realizada de modo concreto que possui o sentido concreto. Ele sempre vai ao nosso encontro sob a forma de situações de vida concretas.

A chave para o sentido é a abertura do homem, o que consiste em se voltar para a vida. A primeira coisa a ser abordada é a visão ontológica do homem. (O QUE É O HOMEM?): Pessoal, Filho(a) de Deus, Esposo(a), Paternidade / Maternidade, Profissional. Essa escala de valores, muitas vezes, está desestruturada ou desregulada.

Para que eu me encontre com Deus é preciso me encontrar no meu pessoal. Encontre a maneira que eu me coloco como colaborador de Deus na missão de diretamente cuidar de alguém no amor. Este amor gera em cada pessoa um terceiro. Para que se possa construir uma sociedade melhor eu busco ter uma missão-profissão. Questione-se: Esta é a minha escala como pessoa? Qual o sentido que eu estou dando para cada área da minha vida? O que pesa mais hoje? E como posso colocar cada coisa no seu devido lugar? Quero ajuda? Tenho coragem de pedir?

Padre Anderson Marçal


Fonte:  
02/07/2009 - 08h00
 

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