30 de dez. de 2011

O Perigo do sincretismo religioso


Chuta que é macumba, Povo Católicoooo!

Hoje vamos falar sobre a famosa fitinha de Nosso Senhor do Bonfim. De onde ela vem e qual é o limite entre a devoção e a macumba?

Antes de tudo, senta que lá vem a história…

A fitinha nasceu bem no início do século XIX e também era conhecida como “medida do Bonfim”, por ser do tamanho do braço direito da imagem de Nosso Senhor do Bonfim (não me pergunte porque os dois braços não são do mesmo tamanho). Nessa época a pulserinha ainda era católica! Era utilizada como ex-voto. As pessoas que conseguiam alguma graça usavam a fitinha no pescoço, como se fosse um colar, e penduravam nela pingentes que lembrassem a graça alcançada, como fotos da família ou pequenas imagens de metal representando partes do corpo curadas.

Essa tradição durou até meados do século XX, quando a fitinha caiu em desuso e sumiu.
E de repente ela voltou! Ninguém sabe ao certo como. Aí vieram os hippies baianos e suas esquisitices, entre elas, fitinhas de cores fortes amarradas ao pulso. Pronto! A repaginação da “medida do Bonfim” agradou tanto que logo virou mania nacional e, hoje, até internacional.


Só que ela foi embora católica, mas não voltou muito santa não…

A nova Fitinha de Nosso Senhor do Bonfim agora vinha carregada de sincretismo. A começar pelas cores: cada uma simbolizando um orixá. O verde escuro para oxóssi, o azul claro para iemanjá, o amarelo para oxum e por aí vai.

Embora o comércio já tenha tratado de aumentar o leque de cores, reduzindo a equivalência com os orixás, a fitinha é muito mais reconhecida como um elemento de cultos afro-brasileiros do que da Igreja Católica. Aliás, poucos realmente olham pra Igreja de Nosso Senhor do Bonfim e se lembram da Igreja de Cristo. Já falamos sobre isso por aqui.

E como sempre, tudo que passa pelo sincretismo acaba virando macumba. Com a fitinha não foi diferente: hoje ela é cercada de lendas. A mais tradicional diz que você deve colocá-la no pulso e fazer três pedidos; eles se realizarão assim que a fitinha cair sozinha. Ou seja, você tem basicamente que deixar ela apodrecer no braço e torcer para que o fabricante não tenha utilizado material de qualidade. Mas atenção! Só funciona se você ganhar a fitinha e pedir para alguém amarrar por você. Como bônus, ela também lhe confere a proteção dos orixás (isso porque a fitinha é de Cristo).
 
Além de um amuleto poderoso, ela ainda é versátil! É muito utilizada pra dar um ar mais fashion nos pratos de frango com farofa deixados nas encruzilhadas. Cara… fugindo um pouco do assunto: falar “paralelepípedo” no Além, sem cuspir farofa, deve ser dificílimo! O povo não bota nem um arrozinho pra dar uma quebrada!

Mas voltando à vaca fria… Muito cuidado! A fitinha também tem o seu lado negro! Se você desamarrá-la de propósito, nunca vai realizar seus desejos e vai ter azar pra sempre. Tan, tan, taaaaaaaaannn!!!! #TENSO

Tudo muito católico, né? O que era o agradecimento por uma graça, virou amuleto. E aí? Você usa? Se você está lendo esse post, deve estar pensando em tirar agora. Tá com medinho???? Olha o azar, hein!

Agora, um aviso: se você não passar esse post imediatamente para 77 pessoas – na internet o 7 é inflacionado – sua conexão vai cair, você nunca mais vai conseguir navegar em banda larga, o site oficial do Justin Bieber vai ser, para sempre, a página inicial do seu navegador e o seu iPod/MP4 só vai tocar lambada até o fim da sua vida.

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