1 de fev. de 2012

Giges de Paetês

Em A República, livro famoso da literatura filosófica universal, pode ser lida a estória do mito de Giges. Trata-se da lenda de um pastor que inadvertidamente descobre um anel com virtudes extraordinárias: ao usá-lo de um modo, o artefato torna quem o usa invisível; de outro, o seu proprietário volta ser visto por todos normalmente. Essa estória conta Platão para seus discípulos, com o intuito de provocar-lhes uma questão: se um homem tivesse a virtude da invisibilidade e, com isso, tivesse a certeza que seus crimes jamais seriam punidos, ele se comportaria como ordenam as leis da ética? O controverso fim da estória sustenta que a certeza da impunidade geralmente gera bestas, não homens. Essa questão, porém, pode ser vista de outro modo: se o homem fosse capaz de produzir artefatos ou intermédios que tornassem pessoas comuns, pessoas submetidas às leis gerais, imunes a elas ou até superior a todas, isto seria lícito ou bom para os homens? Pois bem, o Anel de Giges não existe, pois é um mito com um sentido pedagógico. Contudo, o que Platão só imaginou fazer com um anel, os gays brasileiros estão conseguindo usando batom e blush. Com paetês em volta do pescoço, alguns cidadãos sentem-se acima da lei e tornam-se, de fato, praticamente inatingíveis. É importante notar que estão em andamento instrumentos jurídicos que transformam pessoas comuns em super pessoas, diferentes de nós que lemos estas páginas. Estes instrumentos tornam esses privilegiados cidadãos especiais, cidadãos acima da lei. O caso recente do senhor Laerte Coutinho é exemplar dessa artimanha.

Reprodução - Bebê assustada com o "shape" de Lady Gaga

O senhor Laerte Coutinho, homossexual famoso e com a mídia a seus pés, protagonizou cena esclarecedora recentemente. Fazendo tremer uma menina de 10 anos, que o flagrou em banheiro feminino de uma pizzaria, moveu mundos e fundos para que a pizzaria e a mãe da menina fossem punidos por reclamarem de que lugar de homem, vestido de mulher ou de marciano, é no banheiro masculino. O empregado da Folha de São Paulo usou toda a sua influência midiática para punir o restaurante e a família usando uma lei estadual aprovada no governo do PSDB de São Paulo. Para levar a cabo sua vingança contra a menina e sua mãe, o senhor Laerte contou com o aberto compromisso que os meios de comunicação têm com a causa gayzista. É tão grande o apreço das grandes mídias pela causa que repórteres importantes, como o Rodrigo Alvarez, em reportagem de espaço desproporcional no telejornal matutino da Globo, esqueceu o dever de toda boa reportagem: o direito ao contraditório. Durante toda a reportagem, o jornalista “esqueceu” de citar que a menina foi quem assustou-se com o gay travestido e foi ela quem moveu mãe e restaurante a retirar o senhor Laerte do banheiro. É preciso lembrar duas coisas aos senhores homossexuais e aos meios de comunicação que estão de joelhos diante deles:

1. Todos os cidadãos brasileiros devem respeitar a privacidade e a intimidade dos outros cidadãos (CF, art. 5, X). Aos homens não é permitido entrar em vestiários, lavatórios, saunas, enfim locais exclusivamente femininos. Para as mulheres, exige-se o mesmo. Os homossexuais, no entanto, querem burlar essa norma que vale para todo cidadão e desejam ter acesso a qualquer lugar, sem que lhes seja dito um “ai”. O senhor Laerte Coutinho quer, por exemplo, entrar no banheiro feminino vestido de menina enquanto outro quererá, igualmente assim vestido, entrar no dos meninos. E haverá aquele que entrará ora em um, ora em outro. Pois afinal, ele está acima dessas leis medíocres, que dizem que homem é homem e mulher é mulher. O dia que um desses senhores quiser, ele sai de casa sem suas indumentárias típicas e entra no banheiro masculino. À noite, na balada, vestido de modo feminino, entra no banheiro feminino.

2. Aos cidadãos brasileiros é garantido o direito ao exercício de suas práticas religiosas  (CF, art. 5, VI). No entanto, os super-cidadãos homossexuais já podem, apesar do texto da Constituição Federal e sem a existência de qualquer lei que o garanta, achincalhar, ofender, ironizar, atacar com palavras e sinais outros cidadãos, que divulgam sua fé pacífica e ordeiramente, como aconteceu recentemente no interior de São Paulo.

Reprodução - se existisse um anel com tamanha virtude, o que faria quem o usasse?

Para arrepio de Platão, o anel de Giges não existe, mas os homens do século XX já inventaram um jeito de tornar alguns cidadãos invisíveis perante as leis. Atualmente ser homossexual é investir-se de um super-poder, que o torna quase intangível. O que Platão não conseguiu com o artefato lendário, o que só a literatura inglesa conseguiu em “O Senhor dos Anéis”, o nosso tempo atribui ao paetê. Monido de salto 15, purpurina e unhas postiças é possível atravessar qualquer barreira legal, muito depois de já estraçalhar qualquer limite moral.

As autoridades brasileiras deveriam pensar muito bem nas leis que promulgam. A legislatura de São Paulo recentemente deu poderes a esses indivíduos, poderes que são pretendidos no nível federal e que já os tornam diferentes da grande maioria da população. De fato, essas leis são inconstitucionais, pois contradizem a igualdade entre os cidadãos, destacada na letra da Constituição Federal. Mas de nada adianta isso, se os juristas não fizerem sua parte, que é demonstrar que a lei não pode ser mantida sem negar a Carta Magna do Brasil. Enquanto isso, o que vemos é um grupo de Super-Cidadãos, um grupo que pode ofender e zombar e até cometer crimes, sem que o braço da lei lhes incomode.

Fonte: Humnitatis
31 de janeiro de 2012
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