Bento XVI recebeu em audiência os líderes religiosos De Israel
CIDADE
DO VATICANO, sábado 12 novembro, 2011 (ZENIT.org)
– Há duas semanas da Jornada pela Paz, em Assis, Bento XVI recebeu em audiência
no Vaticano uma delegação de líderes religiosos do Estado de Israel.
"Nestes tempos difíceis - começou o Santo Padre no seu discurso - o diálogo inter-religioso está se tornando cada vez mais importante para criar uma atmosfera de compreensão mútua e de respeito que pode levar à amizade e à uma sólida confiança recíproca".
Mais uma vez o Santo Padre deplorou o uso da violência que, na esfera religiosa se manifesta de duas formas: a "violência em nome da religião" e a "violência como resultado da negação de Deus, que muitas vezes caracteriza a vida da sociedade moderna”.
Antídoto dessa degeneração é a reafirmação de que "a relação bem vivida entre Deus e o homem é uma força para a paz."
"Infelizmente a realidade do nosso mundo é imperfeita e fragmentada, até mesmo na Terra Santa", sublinhou o Papa. A reconciliação entre os povos e as religiões é ainda possível, contanto que se tenha a "coragem" e a "visão", junto com a crença de que "Deus mesmo vai nos mostrar o caminho. Nós não podemos alcançar nossos objetivos, se Deus não nos dá a força para fazê-lo”.
Bento XVI recordou depois a sua visita a Jerusalém em maio de 2009, quando no Muro das Lamentações, o papa colocou a seguinte oração: "Deus de todos os tempos, durante a minha visita a Jerusalém, a" Cidade da Paz ", lar espiritual dos Judeus, Cristãos e Muçulmanos, Trago diante de Ti, as alegrias, as esperanças e as inspirações, as provas, os sofrimentos e a dor de toda a tua gente espalhada pelo mundo. Deus de Abraão, Isaac e Jacó, ouça o grito do aflito, do que tem medo, dos pobres; envie a tua paz sobre a Terra Santa, sobre o Oriente Médio, sobre toda a família humana; Una os corações de todos aqueles que clamam pelo teu nome para caminhar humildemente no caminho da justiça e da compaixão".
O Papa dirigiu portanto a sua oração pela paz na Cidade Santa, “com confiança em Deus que é ele mesmo a nossa paz e consolação”.
"Gratidão"
e "estima" são os elogios do Conselho de Líderes Religiosos em Israel
dirigidos ao Bispo de Roma.
"Em primeiro lugar - diz a mensagem -, renovamos nosso compromisso pela sacralidade da vida humana e rejeitamos toda violência, especialmente se em nome da religião".
Os líderes religiosos de Israel, por isso, desejaram que o Estado eduque mais os jovens no respeito pelos sentimentos religiosos de qualquer pessoa.
"A unidade e a especial natureza dos Lugares Sagrados – continua a mensagem - devem ser protegidas contra todas as formas de violência e de profanação. É responsabilidade dos líderes religiosos o reforçar esta abordagem e recordar à todas as comunidades a proteção dos lugares sagrados de outras comunidades religiosas para que não sejam danificados".
Por sua parte o chefe de Israel, Yonah Metzger, disse ter "apreciado muito a histórica oportunidade" tida no encontro com Bento XVI, lembrando, com tristeza, o então aniversário 73º da Kristallnacht (noite dos cristais), que cai logo hoje.
O rabino, no entanto, desejou com confiança a paz na Terra Santa: "Não há nenhuma razão para que os filhos de Abraão não devam viver juntos em paz."
Sheikh Kiwan Mohamad, chefe do imãs de Israel, assegurou que o Conselho de Líderes Religiosos está trabalhando duro para "bloquear o caminho do mal e da crueldade, da violência e do derramamento de sangue."
"Através de nossas forças combinadas - acrescentou o imã-chefe - e com muita determinação conseguimos alcançar o objetivo de aumentar as ligações entre as várias religiões da Terra Santa".
Sheikh Tarif Mouafak, líder da comunidade drusa de Israel sublinhou que todas as formas de violência e assassinato não podem "nunca ser uma questão religiosa."
Fez também a declaração o líder da comunidade muçulmana Ahmadiyya, Mirza Masroor Ahmad, dizendo que "todas as religiões do mundo precisam de harmonia religiosa e que todos os povos do mundo precisam de um espírito de amor, carinho e fraternidade, e assegurando sua oração a Allah, para que "a destruição do mundo possa ser evitada".
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